quarta-feira, 29 de outubro de 2008


6 semanas, 42 dias, 3 países, 4 línguas, 9 voos, 6 aeroportos, 15.000 km percorridos no ar, 2.000 km de estradas, 4 carros, 18 projectos de habitações pós-tsunami, 7 escolas primárias, 3 escolas básicas, 4 campos de abrigos temporários, 2 moradas, 2 chaves de casa, 10 hotéis, 1 mala, centenas de fotos e inúmeros contactos. Estes são os números da viagem realizada ao abrigo do Prémio Távora, entre 30 de Junho e 10 de Agosto de 2008.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008


fim de viagem... é tempo de reflexão

quarta-feira, 13 de agosto de 2008


transportes públicos

as estradas de timor... em suai quase todas as pontes ficam destruídas depois da estação das chuvas

praia de maubara

"esplanada", um dos tais espaços híbridos entre o interior e exterior e um clássico em Díli

para responder à justa crítica do alexandre... a nossa casa fotografada com sol e do mesmo ângulo da fotografia do "antes"
antes de fechar o capítulo de Timor, há algumas imagens que gostaria de partilhar...

campo de refugiados na igreja de motael
Quanto à situação do país… sistematicamente, durante a minha visita, fui confrontada com a questão de qual era a minha impressão sobre o estado do país, em particular Díli. A minha resposta, foi também sistemática: “parece-me bastante igual em relação àquilo que conheci em 2002/03”. Paradoxalmente todos concordaram que esta opinião era um bom sinal, já que o que provavelmente significa é que a normalidade está a regressar depois da grave crise de 2006 e consecutiva instabilidade politica, social e económica. Todos com quem falei, e isto inclui Timorenses e estrangeiros residentes (expatriados, na linguagem ONU ou malai em tétun), são bastante consensuais no relato sobre a evolução do país depois da minha partida em 2003; no ano seguinte terão saído muitos estrangeiros e em 2005 havia uma pequena comunidade malai, todos se conheciam; o governo apesar das dificuldades inerentes ao exercício político, administrativo, económico e social de um país recém-nascido seguia determinado na aplicação das suas estratégias; pelo o que percebi havia um optimismo que se foi desfazendo à medida que tardavam a chegar os benefícios do petróleo a todos aqueles que desde a independência vivem na expectativa de que será essa a garantia de pão para todos.
A ideia com que fiquei é que a crise de 2006 terá sido tão grave, que os 2 anos seguintes terão sido registados pela tentativa de sobrevivência do Estado e das vidas individuais e familiares de cada um. Muitas das pessoas com quem me cruzei, amigos e conhecidos (isto inclui a menina da tropical bakery que não só me reconheceu como se lembrava do meu nome!), na dúvida sobre há quanto tempo eu teria ido embora perguntavam: “foi há dois ou três anos?” foi há 5. Fiquei sempre com a impressão que há dois anos suspensos no tempo na vida daquele país… por tudo isto, é muito bom sinal que eu tenha achado tudo na mesma.
Uma das razões que permitiu que eu encontrasse a cidade bastante igual é o inicio do desmantelamento dos campos de refugiados que ocupam (ou ocupavam) o centro da cidade. Quando cheguei já não havia refugiados nem à frente do Hotel Timor, nem na marginal em frente ao supermercado Lita. Estes campos pela sua localização e dimensão marcaram muitíssimo a situação urbana e social da cidade.
À data da minha partida estavam a começar os trabalhos no campo do aeroporto. Há no entanto ainda milhares de pessoas deslocadas, a viverem há 2 anos em tendas pensadas para durarem 6 meses, em campos de maior ou menor dimensão espalhados por toda a cidade.
Saio de Timor-leste satisfeita. Do ponto de vista do trabalho que me propus fazer foi muito satisfatório.
Consegui visitar várias escolas na companhia de diferentes colegas; conheci alguns directores de escola, que me falaram sobre os projectos e as dificuldades de manutenção dos edifícios; visitei e conversei com antigos colegas de trabalho que me explicaram a evolução do projecto que deixámos há 5 anos atrás e apontaram quais os projectos para o futuro no programa de construção de escolas no país; conversei ainda com várias pessoas envolvidas com os campos de refugiados e visitei os campos de abrigos temporários em Díli.

praia do cristo-rei

despedida

Não podia esperar melhor despedida de Timor-Leste… 2 dias antes de sair fui brindada com um inesquecível pôr-do-sol na praia do Cristo-rei. Não há nada como os fins de dia em Díli à beira-mar.

quarta-feira, 30 de julho de 2008


campo de becora

campo Taci Tolo

campo de Becora

abrigos temporários

Apesar de não fazer parte da minha proposta inicial de investigação, não pude deixar de abordar a questão da recolocação dos refugiados que está a decorrer em Díli.
em campos no centro da cidade. Aconteceu um êxodo em massa dentro da mesma cidade. As pessoas fugiram dos seus bairros e procuraram abrigo nos campos localizados em diferentes pontos da cidade, no centro, no aeroporto, etc.
Após 2 longos anos de grande instabilidade politica, está agora a decorrer o encerramento dos campos e as pessoas estão a ser acompanhadas no regresso a casa.
No entanto, nem toda a gente pode regressar a casa. Muitas famílias não podem e não querem regressar por questões de segurança. Para estes casos de difícil resolução o Governo aceitou a intervenção da ONG Norwegian Refugee Council (NRC) e disponibilizou vários terrenos para a construção de “abrigos temporários”. O NRC foi responsável pela construção de cerca de 600 abrigos e está preparar a construção de mais 500. Os abrigos pretendem-se efectivamente temporários e esta condição é sempre muito difícil de concretizar; por um lado há que construir um abrigo condigno capaz de responder às necessidades de protecção, segurança e privacidade dos utentes, por outro estas construções para serem de facto temporárias não podem ter o conforto e a dimensão de uma habitação permanente… esta dicotomia é muito difícil de concretizar, levanta tantas questões e normalmente não reúne consensos. É neste contexto que foram construídos os abrigos temporários em Díli.
A maior parte dos terrenos que o governo disponibilizou já se encontravam edificados com estruturas por reabilitar e foram recuperadas na forma de abrigos temporários. O NRC fez um trabalho interessante na reconversão tipológica dos velhos edifícios e na recuperação de alguns materiais e técnicas construtivas locais nas novas construções.
Cada abrigo e constituído por um espaço de 16m2, que pode ser subdividido pelos os utentes com materiais leves e de fácil construção.
A distribuição dos abrigos por número de pessoas também foi controversa e o governo acabou por estabelecer que seria atribuído um abrigo por família. Ora em Timor-Leste a média de filhos por casal é de 7, ou seja, no mínimo cada abrigo de 16 m2 alojará 9 pessoas!
Cozinhas e casas-de-banho foram construídas em volumes autónomos em pontos de acesso comum.
Na visita que fiz a estes campos fiquei impressionada com a rápida apropriação e adaptação que as pessoas fazem no seu espaço de habitar. Felizmente a imaginação não tem limites e já se encontrem extensões de alpendres, construções de pequenas bancas de venda, etc.

Musalam na EB Gleno

EB Gleno

um bom exemplo

Depois de uns dias em Díli, ontem voltei à estrada, desta vez em direcção a Gleno. Tive o prazer de ser acompanhada pelo Musulam e o Domingos. O primeiro é arquitecto e foi com ele que conseguimos estabelecer uma excelente relação profissional cimentada numa bela amizade.
O nosso objectivo era visitar a EB de Gleno que segundo sabíamos era aquela onde melhor tem sida garantida a sua manutenção. Ao fundo da rua já se distinguiam os edifícios cor-de-rosa, cor (infelizmente) escolhida para este tipo de escolas – as primárias tiveram mais sorte e são todas amarelas. Quando chegamos fomos recebidos pelo director da escola, o Sr. Juvenal Exposto, que reclama ascendência directa ao primeiro português a pisar o solo timorense! Este senhor merece ficar para história pelo papel que tem desempenhado na manutenção e promoção da qualidade, não só dos edifícios mas sobretudo a nível pedagógico. O resultado é uma escola onde 1400 alunos ocupam 10 salas de aula em excelentes condições. Há grupos de alunos que se revezam na limpeza da escola e os pais são regularmente chamados a participar na prestação escolar dos filhos. O director, bem consciente da dinâmica dos projectos de desenvolvimento, recorre sistematicamente a diferentes ONG para financiarem a reabilitação da escola. Assim, a escola conta com uma biblioteca, campo de jogos, 2 tanques de água… tudo isto estava previsto no nosso projecto mas no processo de redução de custos ficou esquecido.
A EB de Gleno, infelizmente, é uma excepção. Todas as escolas estão votadas ao abandono e muitas já se encontram degradadas.
Qualquer dia vai ser preciso lançar um novo projecto de milhões para recuperar estas escolas… é esta a perversidade dos projectos de desenvolvimento.

Maubara

artesanato

É também bom ver que o artesanato tem progredido, no sentido em que é hoje visto como uma efectiva fonte de rendimento e não como uma actividade esporádica de rendimento pontual. Em Maubara as senhoras organizaram-se através de uma ONG e as bancas têm uma variedade de produtos muito maior e igualmente bonitos. Em Ataúro, outra ONG, conseguiu mobilizar a comunidade na produção de artesanato e hoje as Bonecas de Ataúro são uma referência económica e cultural neste país. As eco-jóias de Ataúro também são vendidas em Díli e tal como o nome indica são colares e pulseiras feitos de materiais naturais, como conchas, pedras, etc.

a caminho de suai

estradas

Retomar as viagens pelas estrades de Timor significa rever um país lindo de morrer.
Foi com grande satisfação que constatei, na viagem a caminho de Suai, que grande parte das casas substituíram as coberturas de chapa ondulada por materiais tradicionais. Também reparei que há mais animais domésticos, sobretudo vacas… hoje vêem-se manadas de vacas, há seis anos acontecia cruzarmo-nos com uma vaca.
Há também um cuidado muito maior nos arranjos exteriores das aldeias e as buganvílias (as quais tinha esquecido) continuam a pontuar a frentes “urbanas” ao longo da estrada.
Viajar nestas estradas continua ser um constante desafio à vida… nossa, dos outros, dos porcos, dos galos, das vacas e dos búfalos que a qualquer momento se atravessam no nosso caminho. Para além do desastre que seria matar qualquer um destes seres vivos, há o problema de custo, como dizem os Timorenses “vale mais morto do que vivo”, isto é o preço a pagar pelo franganito morto é 3 vezes mais que o bicho são e salvo!

EP Holpilat - o novo protótipo

as novas escolas

As escolas que publiquei anteriormente são as escolas construídas até há 1 ano atrás… daí para cá o projecto foi revisto segundo as novas prioridades do governo que infelizmente aposta na quantidade e não qualidade. O resultado é muito triste, pois as novas escolas são estruturas muito frágeis que muito rapidamente se degradarão. Fiquei super desiludida… é difícil aceitar uma alteração tão grande nos objectivos de um projecto do qual fizemos parte e onde a qualidade era a prioridade máxima.

sábado, 26 de julho de 2008

EP Foholulik


Graças à generosidade dos meus colegas de viagem e a um desvio de 3 horas, pude ir visitar uma das escolas que mais queria ver: a EP de Foholulik. Esta escola teve que ser construída num terreno muito íngreme, o que obrigou à construção de plataformas e muros de suporte. Depois de grandes discussões com os engenheiros o projecto revelou-se não só possível como foi muito bem construído. Um gosto de ver!

EP Waibaba


A Escola Primária (EP) de Waibaba é também uma das primeiras desenhadas pelo grupo das EP e corresponde ao primeiro protótipo, de entre muitos, dos edifícios das salas de aula. Em comparação com os outros que se seguiram e sobretudo com aqueles que estão agora a ser construídos, estes edifícios são um luxo!

EB Ainaro

Escola Básica (EB) de Ainaro, a primeira paragem.

Que emoção, esta escola foi o primeiro projecto do grupo das EB e está construída com grande fidelidade ao projecto. Foi um choque constatar a degradação em que os edifícios se encontram, a falta de manutenção e a pouca capacidade dos utentes se relacionarem com este tipo de construções são provavelmente as grandes causas para o estado de abandono da escola.

regresso

Depois de um fim-de-semana de lenta consciencialização de que estava de volta, fui na 2ª feira de manhã ao Ministério da Educação, o nosso local de trabalho e onde está (ainda) instalada equipa responsável pelo programa da construção de escolas em todo o território. Após uma emocionada recepção combinei com o Almério (o coordenador do projecto) que ainda nessa semana me juntaria à equipa que ia a Suai. Fiquei radiante pois era mesmo esta viagem que queria fazer porque, por um lado é um trajecto lindíssimo, pois temos que atravessar a ilha para a costa sul o que implica muitas e muitas horas de difícil viagem; por outro, esta foi a 1ª viagem que fizemos quando chegamos há 6 anos e nunca mais voltei a Suai. Foi também neste distrito que foram construídas as primeiras escolas do projecto
5ª feira, dia 24 de Julho, após muitas peripécias para encher o depósito com gasóleo lá partimos em direcção a Suai. O Almério, infelizmente, não pode vir mas fui muito bem acompanhada pelo Cândido, o Rosário e o Abril, dos três apenas o primeiro fala um bocadinho de português. Foram horas e horas de viagem com “música” de fundo em tétun, o que me permitiu apreciar calma e isoladamente cada pormenor da viagem.

a nossa casa hoje...

a nossa casa antes...

o lado emocional

A casa da Xana é no Farol, o mesmo bairro onde nós morávamos, a casa é aliás praticamente ao lado da nossa antiga casa que está desocupada e muito adulterada. Cortaram a mangueira gigante que havia no quintal e a grande árvore na entrada da casa… uma dor de alma.
A Xana preparou-me uma recepção fantástica. Do aeroporto fomos praticamente directas para um dos restaurantes de praia e no dia seguinte, depois de um maravilhoso pequeno-almoço em casa da Tracey, fomos fazer um mergulho no K41. Que emoção! Fiquei feliz porque depois de 5 anos sem mergulhar lá me portei razoavelmente e fui capaz de voltar a apreciar aquele passeio inesquecível pelo fundo do mar.

díli



Se chegar a Bali foi como visitar a casa de um parente afastado, chegar a Díli foi como voltar a casa…
Ao contrário do que estava à espera, à conta dos vários avisos de diversos amigos, achei que Díli está bastante igual em relação há 5 anos atrás. Aquilo que encontrei corresponde à memória que tinha da cidade, da vida que a habita e da forma de estar dos timorenses e estrangeiros que por aqui se cruzam. O que isto provavelmente significa é que a normalidade está a regressar depois de 2 anos pontuados por uma grande instabilidade politica e forte insegurança.
Os campos de refugiados estão a ser desmontados, as pessoas estão a ser incentivadas e acompanhadas no regresso a casa e em geral as pessoas estão optimistas e com vontade de que o país siga em frente.
Há alguns pontos onde encontrei grandes diferenças e o mais positivo é que os timorenses já não são tão reverenciais na relação com os malai (estrangeiros). É normal ouvir timorenses e estrangeiros a tratarem-se por maun e mana (irmão e irmã), o que antigamente era impensável e o tratamento fica-se sempre pelo senhor/ senhora, mr. ou mrs.
Outro ponto positivo é o visível crescimento de uma classe média Timorense. É corrente encontrar famílias timorenses em restaurantes que antigamente eram exclusivamente acessíveis aos estrangeiros.
tal como esperava, aqui o acesso à internet é muito mais difícil e por isso o blog tem estado tão desactualizado... aqui vão mais notícias.

sábado, 19 de julho de 2008


chegada a Díli

… agora em tempo real

Estou no aeroporto de Bali à espera do hora do embarque. Cheguei cedo demais, mas queria ter a certeza que conseguia um lugar à janela. Por nada neste mundo perderia a chegada a Timor-leste…

fim do dia em bali

provocações

Chegar a Bali foi como voltar a casa de um familiar remoto… Ainda me lembrava do aeroporto, de onde se troca o dinheiro e qual a melhor maneira para apanhar um táxi rumo ao hotel. Percorri todas estas etapas com um sorriso…
A chegada ao hotel, em seminyak, foi brindada pelo cheiro das várias franjipani trees e pelas flores destas árvores nas orelhas de todas as estatuetas com que me cruzei….hum, Bali!!
Depois de uma investida frustrada nas compras, lá me dirigi para o lugar das massagens, onde me esperava a perfect massage, estrategicamente marcada com alguma antecedência. Foram 90 minutos de transe e uma das melhores massagens de sempre! Jari Menari, um nome a reter…em inglês dancing fingers!!
Em Bali reencontrei a Yoshi, uma amiga dos tempos de Timor, que por coincidência também regressou a Timor nesta altura.
Com ela tive direito à desforra no Kudetá (um restaurante maravilhoso em cima do mar) e um passeio nocturno na praia, com muito disparate pelo meio.
Um dia e meio em Bali… o suficiente para recuperar energia para a próxima etapa.

adeus e obrigada Alessandra!

o meu meio de transporte no Sri Lanka

aglomerados urbanos

a condição necessária para a criação de um aglomerado urbano, é a existência de um templo, arrozais e uma lagoa artificial para irrigação.

zona este do país - a área seca e zona de elefantes selvagens

ilha de weligama bay - uma amostra da ilha esmeralda

de saída do Sri Lanka

… no aeroporto a caminho de Díli…
Já passei por Bali e ficou tanta coisa para dizer do Sri Lanka.
Vou tentar acabar esse capítulo antes de me dedicar à parte tão maravilhosamente familiar: Bali e Timor.

Há uma coisa acerca do Sri Lanka que me perturbou imenso: há uma claríssima discriminação em relação aos estrangeiros. Em todo o lado, salvo raras excepções, hotéis, restaurantes, museus e afins têm um preço para locais e outro para os de fora. O mais chocante é a diferença de preço que chega a ser cerca 70 vezes mais caro para os estrangeiros. E não se trata de mera exploração do comerciante, é uma lei nacional.

Outra coisa que muito me impressionou, desta vez pela positiva, foi a vegetação. Mais do que em Bali, aqui a vegetação é absolutamente luxuriante e pela primeira vez vi o que é a densidade da selva, que conhecemos dos documentários da national geographic. O verde é tão impressionante que o Sri Lanka é conhecido como a ilha esmeralda.

O maior problema do Sri Lanka, confesso agora que já saí, é a guerra. Ao contrário do que eu (e outras pessoas) pensava, não se tratam apenas de uns incidentes entre guerrilha e forças governamentais, o país está em guerra e como tal fortemente armado. A presença militar nas ruas, sobretudo em Colombo, é impressionante. Em todo o lado há soldados armados, check points, muitas ruas estão preparadas com gradeamentos móveis para serem fechadas a qualquer momento, à entrada dos centros comerciais e templos as pessoas são revistadas e verificadas com detectores de metais. A ONU proíbe os seus funcionários de andarem em transportes públicos e à noite não há rigorosamente ninguém nas ruas.
Confesso que quando o avião levantou voo senti-me aliviada e que quando cheguei a Bali, para além de tudo o que é bom, apreciei o facto de ser um lugar em paz.

quarta-feira, 16 de julho de 2008


urbano#1

espaço urbano

acredito que talvez a maior dificuldade com que me deparei foi a relação com o meio urbano.
aqui, tal como nos outros países do sudeste asiático (segundo dizem) o espaço urbano é o caos total. Não há qualquer tipo de relação arquitectónica entre os edificios, que estruture o espaço urbano de forma contínua e reconhecível na nossa matriz de cidade. O espaço público é aquele que sobra entre os edificios e a rua, não há passeios e não há praças. Há hirárquicas viárias. Os edificios são apenas suportes de publicidade - isto é mais evidente nos pequenos centros urbanos das zonas rurais. E para completar o quadro, o trânsito e a poluição são literalmente esmagodores.

barefoot


outra coisa muito boa...
em casa, em casa dos outros e nos templos andei sempre descalça